segunda-feira, 2 de junho de 2008


Há dois meses ocorreu a posse do novo presidente russo Dmitri Medvedev, após oito anos de mandato do presidente Vladimir Putin, que foi o centro das atenções de toda a campanha presidencial. Impedido pela constituição de eleger-se novamente, e incapaz de modificá-la para tal, Putin atualmente se contenta com o cargo de Primeiro Ministro, para manter-se próximo do poder de alguma forma.

No entanto, a "sociedade" entre os dois não deve durar muito. Segundo Mark Galeotti, chefe do curso de história da Universidade Keele, no Reino unido, em breve deverão aparecer tensões entre os dois, com Medvedev tentando se impôr, e talvez diminuindo a influência de Putin no governo. Segundo Galeotti, o governo russo atualmente é muito presidencial, e o trabalho de quem ocupa a cadeira utilizada por Putin atualmente fazer o que o presidente mandar - coisa que Putin não deve estar muito acostumado.

Mas nem tudo são más notícias - pelo menos para o resto do mundo: ainda de acordo com Galeotti, apesar de Medvedev não ser do tipo que aceita pluralidades de opinião, mesmo tendo um background político mais liberal que o de Putin, e esse lado de sua personalidade é que vai ajudar a abrir as portas da grande Russia, melhorando as relações com o Ocidente, estreitando principalmente os laços econômicos.

Pra nós, do lado de cá, só nos resta esperar pra ver: se Medvedev vai romper de vez com Putin, se ele vai mudar as leis pra acumular mais poder (como Putin fez), e quais serão as posturas que ele irá tomar com relação às relações com outros países, e com os próprios problemas internos que a Russia enfrenta, como a censura a jornalistas e os insistentes pedidos pela independência da Chechênia.


Rodrigo S.

domingo, 23 de setembro de 2007

A cidade perdida de Chernobyl

"Em assuntos nucleares, uma coisa é certa: não existe proteção contra uma cortina de ferro."
- Carta publicada no The Times em 3 de Maio de 1986


Em 26 de Abril de 1986, pouco depois da meia-noite, pra ser preciso, às 1:23 GMT, aconteceu na cidade ucraniana de Pripyat uma grande explosão no reator 4 da Estação de Energia Nuclear Memorial V.I. Lenin (em russo: Чернобыльская АЭС им. В.И.Ленина - ЧАЭС), seguida do derretimento do reator 4.

De longe, este foi o pior acidente com um reator nuclear de todos os tempos, o qual imediatamente criou uma nuvem radioativa cobrindo a vizinha Bielorrússia, Polônia, as repúblicas do Báltico, até a Escandinávia.

Em poucos dias, levada pelo vento, o vapor radioativo atravessou a europa além das fronteiras soviéticas, causando ansiedade, apreensão e medo.

As mais afetadas foram as repúblicas da Ucrânia e Bielorrússia. Elas foram afetadas pela radiação involuntária em larga escala, devido ao segredo com que a situação foi tratada, e grande dano econômico. Mais tarde, a massa de ar contaminado passou sobre a Polônia, e também por regiões da Tchecoslováquia, Hungria, Romênia e Iugoslávia, assim como vários outros países da Europa oriental.

Até hoje a área encontra-se abandonada, milhares de casas, quilômetros e quilômetros, tudo está como estava a 20 anos atrás.

Esta placa da época soviética indica a entrada no condado de Chernobyl. Muitas das coisas aqui continuam as mesmas desde a época da União Soviética.

Esta placa em uma das construções em Chernobyl também é da época soviética. Existe vida em Chernobyl hoje em dia, algumas coisas resolveram voltar, mesmo com o perigo da radiação.



Ainda é muito difícil ver pessoas pelas ruas de Chernobyl. Todos os canos foram levantados sobre o chão, devido à poluição do solo.



Praça principal no centro de Chernobyl.



Este monumento foi erguido em homenagem às pessoas que tentaram desligar a estação nuclear logo após o acidente. Todos morreram - a maior parte deles no mesmo ano (1986).

O mesmo monumento. Na estrada que leva até o monumento há vários avisos sobre poluição nuclear, mas as árvores cresceram em volta das placas, e é impossível notá-las. A natureza não tem medo da radiação.

Este é o jardim-de-infância de uma das vilas a caminho de Chernobyl.



Há um alojamento nele.



Há brinquedos espalhados por todo lado.



Partituras.



A maneira certa de se atravessar a rua.



Outro alojamento.



Esta é a usina em si. Até hoje há pessoas trabalhando lá, contruindo uma cobertura especial no topo do reator que explodiu, para que a radiação pare de se espalhar. Eles só podem trabalhar lá dentro por no máximo 2 minutos por dia, usando um uniforme especial, e recebem um salário de $1000,00 USD (aprox. R$1870), 5 vezes mais que o salário médio na região. Muitas pessoas tentam adulterar seus indicadores de dosagem para menos, pra que assim eles possam trabalhar mais e ganhar mais.

Este era o centro cultural para os funcionários da usina.



Esse estilo de pinturas nas paredes eram muito comuns na década de 80 na União Soviética.



Este é um ginásio, os símbolos soviéticos estão intocados. Provavelmente esse é o único lugar da antiga URSS em que isso acontece.



Uma árvore cresceu, atravessando o chão do ginásio.



Смелые, "corajosos".



Equipamento de atletismo.

Vista para um parque-de-diversões.



Cartazes de líderes soviéticos que estavam sendo preparados para o feriado de 1º de Maio.



"Amor" está escrito.



Uma boneca foi abandonada no asfalto.



Bilheteria do parque.



A roda-gigante.



Entrada para a roda-gigante. Mais brinquedos abandonados.



Mais símbolos da era soviética.



Um extintor de incêndio destruído.



O hotel da cidade.



Algumas mesas foram abandonadas no meio da praça. Reparem no símbolo de Energia Nuclear. Antigamente costumava ser um símbolo pacífico do progresso, hoje em dia ele representa a real situação das coisas aqui.



Uma caixa de correio em estilo soviético.




Um exemplo da arquitetura soviética.



Interior da escola. Notem a quantidade de máscaras de gás.



Alguém deixou um sapato pra trás.



Laboratório de química.



Sala dos professores.





Isso é um diário de classe.



Prédio do colégio semi-demolido.



Parte externa do hospital. Adivinhem o que é isso.



Parte interna do hospital.



Um dos quartos.



Peças de xadrez e um aparelho médico.



Colchões.

Isso é um elevador que ficou preso entre um andar e outro.

Um frasco de remédio que foi deixado intocado por 20 anos.

Mais remédios intocados.



Camas abandonadas no pátio do hospital.

Caminhando pela cidade. Nenhuma dessas árvores estava aqui antes do acidente, 20 anos atrás, elas são uma nova geração.

Docas.

Este é um outro exemplo da arquitetura soviética, construções de 16 andares com o emblema do Estado soviético.

Outro ponto de vista dos prédios.

Esta é outra vista da usina em Pripyat. Como pode ser visto, a usina fica exatamente no meio da cidade.

O emblema.

Algumas letras de um letreiro antigo no topo de um prédio.

A visão de uma cidade completamente abandonada.

A floresta invadiu a cidade.

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Fonte: englishrussia.com
Fotos: Alexandr Vikulov, pikul2001@mail.ru