domingo, 16 de setembro de 2007

Palavras russas não são o suficiente

Declaração do Ministro do Exterior russo Sergei Lavrov, via ITAR-TASS, sobre o 11 de Setembro:

O povo russo está 'sinceramente compadecido, como nenhum outro, pelo povo americano, e são simpáticos a eles neste dia de dor', disse uma mensagem do Ministro do Exterior russo Sergei Lavrov para os participantes do serviço anual aos mortos em Moscou na Igreja de Santa Catarina, devotado à memória das vítimas dos atos de terror acontecidos nos EUA em 11 de Setembro de 2001.
"A Rússia, a qual foi escolhida pelas redes internacionais como um de seus alvos principais, conhece os horrores do terrorismo na própria pele. O número de mortos e feridos chega aos milhares, enquanto que em Beslan, terroristas se superaram, privando crianças de suas próprias vidas a sangue frio, de uma maneira desumana, quando elas compareceram à escola pela primeira vez."
"É impossível sermos observadores indiferentes a como terroristas e seus patrocinadores cultivam o pânico e o medo, tentando desestabilizar a situação em vários países. A Rússia assumiu uma postura firme e compromissada sobre essa questão. Faz-se necessário reunir os esforços da comunidade internacional na luta contra o terrorismo."


Infelizmente, as visões russas e americanas de quem são os terroristas e quem são os patrocinadores estão a mundos de distância. Terroristas internacionais escolheram alvejar a Russia? Quem? Os problemas russos relacionados a terrorismo são quase que completamente domésticos.

O ponto de vista russo no que diz respeito ao terrorismo parece pragmático, ou até mesmo oportunista. Em essência, se terroristas não operam dentro, ou alvejando a Russia, então eles não existem. Qualquer nação a qual os Estados Unidos se neguem a vender armas, a Russia recebe de braços abertos. Hamas,
Síria e Irã, todos eles sabem que podem se voltar à Russia para pedir apoio diplomático, bélico e financeiro. A Russia também está investindo milhões em armamentos na Indonésia, Venezuela e Ásia. A recente viagem de Putin ao sudeste da Ásia foi pouco mais que um vendedor de armas visitando seus novos clientes.

Isso não quer dizer que as políticas dos Estados Unidos sejam perfeitas. Parte da razão pela qual existe uma demanda pelas armas russas, a razão dessa demanda são as ações americanas no Iraque, Israel, Egito, Arábia Saudita, Afeganistão, Paquistão... Então, na verdade, eles criaram a oportunidade para que o comércio com a Russia se estabelecesse.


No entanto, se aproveitar dessa oportunidade ao oferecer conforto e apoio ao Hamas, Síria e Irã fazem aumentar ou diminuir o risco de terrorismo no mundo? Fazê-lo, mesmo tendo em mente as políticas dos Estados Unidos e do resto do mundo revelam uma possível cooperação, ou antagonismo ao problema?

A infeliz consequência da Russia tentar se reinserir em discussões internacionais e recriar um ambiente diplomático mundial "multipolar", no qual eles se encontram tendo relações com nações que são completamente opostas aos Estados Unidos e ao ocidente em geral. Será que esta é uma posição que a Russia realmente almeja ocupar?

Um comentário:

Isa disse...

eu não entendo nada disso. :/
mas posso dizer que o post tá bem-escrito e que o blog tá organizado. :D

desculpa pelo comentário minúsculo: é a falta de criatividade.
beijão, Di! ;*